domingo, 4 de novembro de 2012

litoral do Piauí

Uma vez eu estava trabalhando em uma pesquisa na região metropolitana de Curitiba e uma menininha me perguntou de onde eu era. "Minas Gerais", respondi. "Nossa, o lugar que não tem praia??!" "É, não tem nenhuma praia dentro do estado", confirmei. "Nossa, deve ser tão sem graça..." E aí aquela menininha que parecia bonitinha e indefesa acabou com meu dia. Não, isso não faz de Minas um lugar mais "sem graça" do que outro. E, definitivamente, eu não queria ter nascido em outro lugar só para me gabar com mineiros indefesos das praias que teria. Mas que o mar tem a capacidade de mudar o humor de qualquer um, isso não há como negar. Como legítimos mineiros que somos, pensamos na ideia de "ver o mar" como um acontecimento especial - justamente porque implica em uma viagem, em um caminho a ser percorrido antes de afundar o pé na areia, olhar o marzão e pensar em como a vida pode ser boa.
Hoje moramos no Piauí e o estado possui um litoral bastante curto - menos de 70 quilômetros - mas muito diferente de tudo que eu conhecia. E, mesmo estando mais perto de Fortaleza do que do litoral piauiense, lá estamos nós indo fazer esta semana nossa quarta viagem em seis meses, sem ainda ter conhecido a capital cearense.
Ao longo dos próximos textos vou tentar mostrar um pouquinho dessas praias paradisíacas que são como um oásis no meio do seca do sertão.


sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Malas

Até onde minha memória alcança nós dois já descartamos umas 8 malas grandes. Elas desgastam mesmo. Acontece que nunca fomos de mochilão. Nosso espírito aguenta, mas as costas não. Demos duas mochilas novinhas em Verona, e uma outra em Gênova. Trocamos pelas de rodinha mesmo.  O que na Itália pode ser um erro grande, dada a falta de escadas rolantes nas estações de trem. Eu me lembro quando compramos duas estampadas de bolinhas brancas por 28 Euros. Um fiasco... tivemos que trocar antes que nossas coisas ficassem pelo chão. Eu sempre penso nos destinos dessas malas velhas. Uma camareira num hotel em Paris deve ter ficado contente ao ganhar uma novinha, só com uma das rodinhas quebradas (que para nós significava o fim mesmo). Mas não tão feliz como aquela romena da lavanderia em Gênova, que ganhou uma com uma jaqueta dentro (era verão e Dublin já estava distante). Elas são parte da viagem. Deixaram-me extremamente nervoso nos albergues sem elevador. Aliás, albergues foram feitos para mochileiros literais. Os guarda-volumes eram pequenos demais para nossas malas de rodinhas. Mas ontem decidimos pensar novos fins para as malinhas. Afinal, elas levaram nossas coisas para tantos lugares. Por tanto tempo foram nosso guarda-roupa em trânsito. Agora, viraram propriedade da casa. 


"Viagem Botequim" - logo ali na varanda

domingo, 15 de julho de 2012

comidas: pastel de Belém em Portugal

Em Lisboa, depois de uns minutinhos de bonde se chega ao encantador bairro Belém. E o que fazer em Belém? Bem, pode-se começar pelo Mosteiro dos Jerônimos, depois ir para a Torre de Belém, e ainda conhecer o Padrão dos Descobrimentos - cada um desses passeios merece um texto próprio. Mas nada disso importa perto da gostosura sem explicação dos pastéis de Belém! O pastel de Belém é conhecido mais popularmente como pastel de nata - e só os que são produzidos em Belém, na Única Fábrica de Pastéis de Belém - o primeiro lugar a produzir a gostosura é que pode chamá-los "de Belém".
Dizem que a receita original é guardada a sete chaves... talvez por isso a confeitaria fique sempre tão cheia. E com apenas noventa e cinco centavos de euro matamos nossa vontade! Não se engane julgando que a cara do doce não parece o mais convidativo do mundo! Com uma boa xícara de café, o doce feito à base de massa folhada, ovos e açúcar é de arrasar... a principal dica? Vá com fome e se jogue!

Fachada externa do Mosteiro dos Jerônimos.

Torre de Belém


O Padrão dos Descobrimentos (esquerda) e a ponte sobre o rio Tejo.


De fora não parece ser tão grande (e ter tantas delícias) -
Modestamente: a
única fábrica dos pastéis de Belém.


Alguns dos vários salões da confeitaria quase labiríntica.

Eis a delícia!!



sexta-feira, 29 de junho de 2012

a vida no sertão

Exatamente dois meses depois do último texto, cá venho eu dizer que o blog ainda existe. É que às vezes a rotina nos leva para outros afazeres. No nosso caso, nem é bem uma rotina ainda: estamos em fase de criação da tal rotina. Parece. Não combina muito com nosso sangue cigano, mas agora temos uma residência fixa. Mas ainda estamos "longe de onde está nosso coração". Hoje, quando me perguntam qual é meu endereço, me sinto feliz por ter uma resposta certa para dar. Mas continuamos para lá e para cá - quer dizer, aqui e ali - e a nossa quilometragem com viagens (em terra ou em ar) ainda cresce de forma acelerada. E nossas malas continuam não aguentando o pique de tanto vai e vem. (Quem um dia criará de fato uma mala própria para viagens? Quer dizer, alguma que aguente - e goste - de viajar como nós?)
Olhar para a foto que fica aí do lado e ver nossos pés na neve me parece algo muito distante. Como é mesmo o frio da Irlanda? Os 37º da linha do Equador fazem qualquer ideia de frio desaparecer.
Dia desses estava escolhendo umas fotos para revelar e lembrei de tanta coisa que ainda quero escrever aqui.
Mas por hoje... é só. Meio confuso e embaralhado. Será culpa dos 37º? Talvez. 
Um ótimo final de semana a todos!
Não há ó gente, ó não
Luar como esse do sertão...

domingo, 29 de abril de 2012

tudo novo de novo

Quem aí já se mudou para uma cidade sem conhecê-la? Pois ontem à noite, chegamos, pela primeira vez, na cidade que agora vai ser o nosso lar. Pela segunda vez em nossas vidas, nos mudamos para um lugar onde nunca estivemos antes.
Quando fomos de mala e cuia para a Irlanda, chegamos em Dublin com um milhão de expectativas, mas sabendo que - antes ou depois do prazo que tínhamos em mente - voltaríamos para o Brasil. Mais especificamente, para Minas Gerais.
Agora, várias diferenças: chegamos em Picos, no Piauí, com mais dúvidas - que lojas existem por lá? como vai ser para alugar uma casa/apartamento? como é a cidade? - mas com mais certeza de que chegamos para ficar por um tempo beeem mais longo.
Ainda não vimos quase nada da cidade, mas a primeira impressão, apesar de bem ligeira, foi boa. Agora, a expectativa pelo início do trabalho na universidade e pela busca do nosso futuro lar.

quarta-feira, 28 de março de 2012

"kefi"

Ontem, no meio de uma tarde sem muitas atividades, acabamos vendo um filme chamado Falando Grego (My life in ruins, título original). No início parecia razoável, algumas piadas engraçadinhas aqui ou ali. Mas a quantidade de esteriótipos de todo tipo foi aumentando em progressão geométrica e minha paciência - que não tem sido a maior do mundo nos últimos tempos - foi se esgotando.

Em quase todos os quarteirões do Monasticari, em Atenas, existe uma mesa
 na calçada com um grupo de homens jogando e bebendo café gelado.
Mas a síndrome de Poliana (que às vezes insiste em me atacar) fez com que eu encontrasse alguns pontos positivos na dita película. Um deles foi ver certos cenários da Grécia, que parecem ser montagens feitas para o cinema... Outro, foi relembrar o jeito dos gregos que, talvez por lembrarem um pouquinho os brasileiros, fizeram com que nos sentíssemos tão bem durante nossa estadia por lá.
O entusiasmo e a paixão que alimentam o espírito dos gregos é chamado de kefi. Se você não é uma pessoa, digamos, dionisíaca... você não tem kefi ou ainda não o encontrou. A música, a dança, a boa comida, uma pausa no trabalho para um bom café... coisas importantes para um grego que se preze e que queira manter sempre aceso seu kefi.


Música e dança grega.

Sempre pode ser uma boa hora para aproveitar a vida. Eis o kefi!

quinta-feira, 22 de março de 2012

os banhos húngaros

Abastecendo a garrafinha em um dos muitos
"bebedouros públicos" da cidade.
A água vem direto da fonte!
O território húngaro fica exatamente "em cima" de um enorme reservatório de água quente. Como melhor aproveitar essa sorte invejável? Fácil: fazendo piscinas e mais piscinas de água quente e natural. E as  muitas das milhares de nascentes, além de diferentes temperaturas, ainda têm propriedades medicinais - reconhecidas e controladas pelo Ministério da Saúde de lá.

As chamadas "casas de banho" que existem há séculos no país são isso. Esse hábito tão antigo deu à Budapeste o título de cidade do banho e do spa. Passamos uma tarde em uma das maiores da cidade. Acho que foi simplesmente uma  das tardes mais divertidas da minha vida!

Dentro de um enorme parque de Peste, fica o Banho Széchenyi. O prédio amarelo mostarda do início do século XX já vale uma visita. Esse banho combina os enormes corredores com pequenas piscinas de origem romana e a sala com vapor e duchas de água fria de origem turca.

Vista geral da casa de banhos. Dentro do prédio estão as piscinas cobertas, saunas,
a área para banho (precisa?) e o vestiário. A setinha mostra onde fica um tabuleiro de xadrez!

Três enormes piscinas ficam ao ar livre e perdi a conta de quantas são cobertas. Todas as piscinas são abastecidas com água natural e, ao lado de cada uma delas, existe uma placa com a temperatura da água (frisando: a temperatura da água também é natural!) A primeira piscina coberta era pequena e redonda e... a temperatura da água era de 34º! Nos primeiros minutos deu uma tonteirinha, mas foi passando.

Uma das primeiras piscinas cobertas e super quentes que testei.
Deu uma tonteirinha, mas foi tão difícil de sair...
Na "última parte" coberta ficam duas pequenas piscinas, uma bem perto da outra. Antes de ver a temperatura de cada uma, reparei que várias entravam em uma e não ficavam nem um minuto antes de ir para a outra. Pasmem! Temperaturas das piscinas: 20º de um lado e 40º do outro! Os juninhos aqui não encararam o choque térmico - e o pessoal da terceira idade que estava lá firme indo de uma piscina para a outra riu demais da nossa falta de coragem! O choque térmico fica para a próxima, mas testamos os 40º. Nem parece verdade, mas dois graus a mais ou a menos fazem uma diferença enorme!
Plaquinha avisando sobre a temperatura da água.
Tradução do húngaro: "é quente mesmo"!

Também é na área coberta que ficam as saunas. Outra coisa que eu não sabia era que existiam tantos tipos de saunas. Fomos em saunas secas, a vapor, com aroma, com luzes terapêuticas e com fogo! A temperatura desta última ultrapassava os 100º e, mais uma vez, os juninhos aqui não deram conta. Saímos com a mesma rapidez que entramos.


Detalhe em uma das paredes internas do prédio.
Definitivamente, ir em Budapeste e não ir em alguma casa de banhos, deve ser mais grave do que vir para Minas e não comer pão de queijo...

Um dos ângulos da área externa da casa de banhos.
Felizmente, os dias de verão são muito longos na Hungria.
Um belo entardecer às 9h da noite.

E outro ângulo da área externa.
Uma das pessoas  de costas sou eu.

Onde ficam os banheiros, armários e vestiários.
E a triste hora de ir embora...

domingo, 11 de março de 2012

pão de queijo internacional

Quando morávamos fora do Brasil, todos sempre perguntavam se não estávamos morrendo de saudades das comidas daqui - principalmente, porque somos de Minas, um estado com uma culinária para lá de peculiar. Aliás, compramos um guia do Brasil feito para gringos e eles dividem a comida brasileira em quatro grupos: culinária amazônica, gaúcha, baiana/nordestina e mineira!
Acho que nunca morremos de tanta saudade por dois motivos muito simples. O primeiro deles é que somos muito adaptáveis, sem muitos hábitos tão arraigados. Posso passar meses (talvez até anos) sem comer arroz com feijão sem ficar em nada abalada. O outro motivo é que, quando morávamos em Dublin, sempre comíamos em casa. Assim, quando dava vontade de comer alguma coisa, era só fazer! 
Uma das pouquíssimas coisas que nos fez ficar aperreados, foi a falta de pão de queijo. As lojas de produto brasileiro vendiam a massa pré-pronta da Yoki, mas definitivamente... não foi aprovada. Nossa vida mudou quando nossa querida amiga Áurea compartilhou uma receita adaptada para os produtos disponíveis no mercado europeu. Essa semana repeti a receita para relembrar desse gostinho delicioso que tanto nos salvou quando o banzo insistia em chegar...
Então, resolvi compartilhar! E já aviso mesmo para os paladares mais tradicionais: a receita é nada convencional, mas o resultado é ótimo! 
A parte mais difícil é saber qual queijo usar para substituir o queijo minas. Na Europa existe um queijo muito comum na Irlanda e no Reino Unido, chamado Irish Cheddar. Apesar do nome, ele nada se parece com o cheddar que conhecemos e lembra bastante alguns tipos de parmesão (mas bem menos "ácido"). Então, lá vai:
- 500g de matured irish cheddar (é claro que no Brasil a receita é feita com o ingrediente mais importante: uma peça de queijo minas curado)
- 500g de polvilho doce (uma passadinha nas lojas de produtos brasileiros é indispensável!)
- 4 ou 5 batatas médias
- 2 ovos
- 200g de iogurte grego (tem uma consistência entre o iogurte e o creme de leite e é delicioso. Para fazer a receita no Brasil, substituí por iogurte natural - pouco menos de um copinho).

** Descasque e cozinhe as batatas com sal. Depois de cozidas, retire e amasse com um garfo. Misture às batatas o queijo ralado, os ovos e o iogurte grego. Mexa até a massa ficar homogênea. Depois, vá acrescentando o polvilho aos poucos. Faça as bolinhas e asse no forno pré-aquecido até dourar. O pão de queijo fica "rendado" por dentro e com uma casquinha bem crocante embaixo. Então... deliciem-se!
Nosso companheiro, onde quer que estejamos.
Eu gosto mais queimadinho, então sempre deixo uns minutinhos a mais no forno.


sexta-feira, 2 de março de 2012

Os Noturnos

Antes de irmos para a Itália em Maio, ainda no frio de Dublin, comecei a ouvir incansavelmente os Noturnos de Chopin gravados pelo Nelson Freire. Eu não sabia que viria a ser a trilha de minhas lembranças de Cracóvia e Varsóvia. O post sobre Chopin me lembrou do Trompetista de Cracóvia e como ele soava toda a melancolia e a dor que inevitavelmente sentíamos ao reler a história da Polônia. Sem dúvida minhas memórias vêm à tona sempre que ouço meu Noturno preferido, que sem dúvida virou o tema mais vívido de nossa passagem pela Polônia


quinta-feira, 1 de março de 2012

ao coração de Chopin

Depois que se conhece um lugar, não interessa onde ele seja, tenho a impressão de que sempre ficamos mais atentos ao ouvir qualquer coisa que se fala sobre tal lugar. E, talvez devido a essa atenção extra, a cidade/país/monumento até então completamente desconhecido parece se tornar sempre uma das manchetes da vez.
Mais do que isso, quase me assusta o quanto é comum ver na TV lugares em que já estivemos. E sempre me sinto revivendo um pouco o que vivemos ao rever uma "paisagem" por outros ângulos e olhares...
E, de todos os lugares por onde já passei, Varsóvia é a cidade que mais respira história. Em cada quarteirão vê-se uma homenagem, uma placa, uma bandeira, uma estátua, um nome gravado. Infelizmente, grande parte de toda essa história é marcada pelos horrores da guerra, mas também por eventos incríveis de força e patriotismo dos poloneses.
Na semana passada, assistimos um documentário sobre o Chopin - um dos mais famosos poloneses de todos os tempos. E foi ótimo relembrar nossos dias em Varsóvia! Só então me dei conta de que há muito tempo quero escrever sobre isso e só agora me desenrolei. Mas sempre é tempo...
Frédérich Chopin nasceu em Varsóvia e lá viveu até os 20 anos. Em 1830, mudou-se para a França com sua família para fugir da guerra entre Polônia e Rússia (esse acontecimento é conhecido como "A grande emigração", devido ao grande número de pessoas que deixou o país). Chopin nunca mais retornaria à Polônia, mas nunca deixou de pensar em seu país e muitas de suas composições foram inspiradas em danças polonesas típicas.
Casa onde a família Chopin viveu de 1827 a 1830.
Atualmente, um museu dedicado ao compositor.
Um dos "trajetos" turísticos recomendados em Varsóvia  é completamente dedicado a Chopin (Fryderykowi Chopinowi, em polonês). E, em todos os pontos da cidade que fizeram parte da vida do músico existe um banco "especial". Além de contar uma parte da vida de Chopin, ele toca o trecho de alguma música quando você aperta um botão. Fiz um vídeo que, apesar da qualidade duvidosa, (não ficou muito bom, mas fiz o melhor que pude!) mostra a ótima ideia. Esse banco fica em frente a casa da foto acima, em uma das mais famosas ruas da Polônia, a Krakowskie Przedmiescie. 



Poder, de repente, ouvir um pouco de Chopin é como ter um minuto de paz em meio a agitação de uma cidade grande. Há poucos metros da antiga casa da família Chopin está localizada a Igreja da Santa Cruz.

Fachada da Igreja da Santa Cruz, na Krakowskie Przedmiescie.
À frente, "cubo" com representação original da igreja.

Nessa igreja foi enterrado o coração de Chopin, que morreu em Paris aos 39 anos. Atendendo à vontade do compositor, após sua morte seu coração foi retirado e levado em uma pequena urna para Varsóvia. Ele foi "incorporado" em uma das pilastras da nave central da igreja e recebeu a inscrição de um trecho da bíblia escolhido por Chopin:

"Onde seu tesouro está, também estará seu coração."

Pilastra da Igreja da Santa Cruz,
onde está o coração de Chopin.


Durante a Segunda Guerra Mundial, a urna foi retirada da igreja e guardada em outro local. E, assim como praticamente toda a cidade de Varsóvia, a Igreja da Santa Cruz transformou-se em um amontoado de ruínas... Com a sua posterior reconstrução, o coração de Chopin voltou "para onde está seu tesouro..."

E, ao coração de Chopin, que hoje completa exatamente 202 anos, nossa muito singela homenagem.


Rua Krakowskie Przedmiescie e um dos "bancos musicais".
Ao fundo, o prédio da Universidade de Varsóvia.



sábado, 18 de fevereiro de 2012

quanto vale?

Viajar sem dinheiro sobrando implica em economia em tudo o que mais pesa no bolso. A hospedagem é, sem dúvida, um dos principais gastos - e também o mais difícil de ser cortado. Coincidência ou não, gostamos mais de todos os lugares que nos hospedamos em lugares bacanas e menos quando economizamos muito.
Com a mesma média de gastos por diária ficamos em lugares muito diferentes... o que nos fez aprender algumas coisas:
* se você já passou da adolescência ou não está viajando sozinho, não perca tempo com albergues. Caso contrário, pode ser uma boa opção. Dê preferência para quartos com um número menor de pessoas. Para casais, na maioria das vezes o preço já não é tão bom... Além do risco de experiências quase traumáticas como foi o nosso caso em um albergue em Florença. Quando a cidade/país é mais caro, vale a pena ficar em uma área um pouco mais afastada das super atrações turísticas. A diferença do preço e da qualidade compensa a caminhada.
* o preço da hospedagem é uma ótima referência para saber sobre os preços gerais de uma cidade. Já tinha ouvido que a Polônia era um país barato, mas achei que era pegadinha quando chegamos no apart-hotel reservado pela internet. Acreditem: o preço da diária para um apartamento cinco estrelas (com direito a tapete vermelho na entrada, pessoas carregando minha mala e me chamando de madame) era exatamente o mesmo que pagamos para ficar no albergue mais tosco do mundo em Florença.
* procure alguma referência sobre pessoas que já se hospedaram onde você pretende ficar. Não é difícil achar comentários sobre a maioria dos hotéis/albergues/pensões em sites como o Trip Advisor e o Booking.
* uma opção entre o hotel e o albergue: B&B - bed and breakfast. Às vezes é mais parecido com uma pousada, às vezes com uma pensão. Como diz o nome (cama e café da manhã) é um tipo de estadia mais simples do que os hotéis e, muitas vezes, o banheiro é compartilhado. A/o dona/o da casa geralmente mora lá, e geralmente eles são uma ótima fonte de dicas sobre a cidade!

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

roteiros de viagem

Com a queda do preço de passagens aéreas para a Europa, a baixa temporada do Velho Mundo nunca deve ter sido tão movimentada. E os preços eram mesmo tentadores: R$ 1600 para passagens de ida e volta para a Rússia? E quase toda Europa por R$ 1400. Nada mal...
Acabamos dando algumas dicas para alguns marinheiros de primeira viagem que não se importaram com o rigor do inverno europeu. E, pela primeira vez, achei difícil dar certas opiniões. Porque fizemos uma viagem muito longa, gastando pouco e muito divertida. Ou seja: melhor impossível! Mas "se pão ou pães, é tudo uma questão de opiniães" às vezes fico receosa em indicar algum passeio, lugar ou hotel que adoramos. Afinal, experiências, expectativas, olhares são sempre únicos.
É claro que certas dicas são bem gerais e aqui vão algumas delas:
- certifique-se de providenciar todos os requisitos legais obrigatórios para a entrada nos países que pretende visitar. Brasileiros não precisam de visto para entrar como turistas nos países da União Europeia e em vários outros (Turquia e Rússia, por exemplo). Apesar disso, alguns países exigem um seguro de saúde válido para todo o período da estadia, outros podem pedir que o turista comprove que tem dinheiro suficiente para se manter sem trabalhar durante todo o prazo da viagem, ou podem perguntar o nome e endereço do hotel reservado. Como cuidado nunca é demais, se você está indo para a Europa, mas o inglês anda mal das pernas* anote todas essas informações e tenha-as sempre à mão. De preferência, imprima a reserva dos hotéis, a confirmação do seguro de viagem e, se começarem a perguntar demais no guichê da imigração, mostre tudo!
Florença, Itália
- não leve muitas coisas! As roupas "de lá" geralmente são mais baratas do que as "daqui". Especialmente para quem decidiu aproveitar as promoções de passagens para o inverno: pelo menos em Minas Gerais e região, nunca vi roupas quentes o suficiente para o frio Europeu. Escolha uma peça mais quente para o voo e, ao chegar, compre um casaco mais adequado (e lembre-se que aqui no país tropical, não precisamos de tantas roupas de frio!)
- não é tão fácil comprar remédios fora do Brasil. Anticoncepcionais, por exemplo, só em Portugal a venda sem receita médica é liberada. Então, leve todos os remédios que podem ser úteis durante a viagem.
- compre um guia! De preferência, algum que tenha também um mapa das cidades que você deseja conhecer. Para quem lê em inglês, os guias costumam ser bem mais baratos lá do que aqui.
- explore a culinária local! Sempre foi ótimo conhecer comidas e bebidas diferentes! 

Acho que é isso... se lembrar de mais alguma coisa, adiciono depois.
Para quem vai... bon voyage!!

* Na Itália e na Espanha, pode não ser difícil entender italiano e espanhol ou catalão (no caso da região da Catalunha, cuja capital é Barcelona), mas acredite... para eles nem sempre é fácil entender nosso português!