domingo, 17 de fevereiro de 2013

Luís Correia: um paraíso fantasma

A cidade litorânea que mais "bomba" no Piauí é Luís Correia, que fica a 15 quilômetros de Parnaíba - uma reta só. Apesar de ser uma cidade pequena, se encontra de tudo por lá: loterias, farmácias, banco, restaurantes, postos de gasolina... ainda assim, sempre que vou até lá fora da alta temporada ou de feriados, tenho a impressão de estar em uma cidade (semi) fantasma, pois por todos os lados vê-se um sem número de lotes vagos (a maioria com anúncios de vende-se) e lindas casas. Justamente nas casas habitam os fantasmas da cidade: os donos das inúmeras mansões que moram em Teresina e, por isso, a cidade só fica mesmo "cheia de habitantes" durante as férias.

As primeiras praias da cidade são a Praia do Atalaia e a Peito-de-Moça. Custei a entender que eram duas praias e não uma, pois não há nenhuma barreira - natural ou arquitetônica - que separe a faixa de areia dessas duas praias. Na dúvida, melhor seguir as plaquinhas que direcionam para a Praia do Atalaia, pois é o nome mais utilizado. 

A praia conta com uma estrutura construída há pouco tempo, com banheiros públicos, área para venda de artesanatos e ducha. Outra informação importante é que não é muito difícil achar uma vaga para estacionar o carro ao longo da avenida que segue o contorno da orla. Apesar de ser a praia preferida da maioria dos piauienses, não existem muitos bares bem estruturados. O mais famoso de todos é a Barraca do Carlitus bar e restaurante. Fica em uma das pontas da avenida, no Peito-de-Moça. Comida boa, cerveja gelada, ótimos preços.

A água do mar, como acontece em todas as praias do Nordeste que conheço, é quentinha - uma delícia! Talvez seja ainda mais quente do que várias outras, afinal o Piauí não está muito distante da Linha do Equador e os efeitos climáticos dessa proximidade podem ser sentidos o ano inteiro. O que ajuda na escolha da melhor época do ano para viajar, já que o quesito meses com melhores climas pode ser tirado da lista - afinal, o clima é praticamente o mesmo o ano inteiro. Então, na minha concepção sobra só um item a ser considerado: você quer tranquilidade ou agito total? Porque a alta temporada na Praia do Atalaia é muito movimentada. E, como não existem milhões de bares à beira mar, pode ser difícil encontrar uma boa mesa vaga. Ao contrário, na baixa temporada você se sente o verdadeiro dono da praia: tudo fica quase deserto. Nas duas primeiras vezes que fomos na praia do Atalaia, presenciamos os dois extremos. A primeira vez, era o primeiro final de semana de dezembro. Ficamos na Barraca do Carlitus, que só tinha mais duas ou três mesas ocupadas. Poucos vendedores ambulantes, nada de carros de som com música alta, ótimo atendimento, banheiros limpos, praia impecável. A segunda vez, era no dia 31 do mesmo mês de dezembro. Foi muito difícil achar uma mesa na sombra, sentamos em um bar ruim, tinha gente em todos os espaços ao nosso redor e - infelizmente - a limpeza da praia que tanto me impressionou da primeira vez tinha ido para as cucuias! Como somos um casal psicologicamente velho, a opção da praia semi-deserta nos agrada muito mais do que a opção da praia lotada. Mas cada um com suas preferências, né?

Como os bares da praia não funcionam durante a noite - a maioria fecha, no máximo, às 20h - a noite tem que ser na cidade e não na praia. E por Luís Correia não oferecer muitas opções noturnas, não vale a pena  deixar de se hospedar em Parnaíba, pois "as noites" são sempre por lá. Afinal, é melhor pegar os 15 quilômetros de estrada para ir para a praia durante o dia do que fazer o mesmo trajeto durante a noite...

Os lotes vagos à venda tentam estimular o início da especulação imobiliária, esperando que o mundo descubra o paraíso que ainda não foi descoberto. Nem inflacionado...

(Fotos em breve!)


segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Parnaíba e a chegada no litoral

Porto das Barcas, centro histórico de Parnaíba
Parnaíba é a porta de entrada para o litoral do Piauí. A cidade, de quase 150 mil habitantes, possui um aeroporto internacional, mas atualmente não está incluída na rota de nenhuma companhia aérea. Então, o único jeito de chegar lá é mesmo pela estrada. Para quem vem de longe, a melhor forma de chegar é ir de avião até Teresina e alugar um carro ou pegar um ônibus até Parnaíba - de uma cidade a outra são 334 quilômetros bastante tranquilos. Se você estiver na maior parte das capitais do Nordeste, uma boa saída pode ser o caminho por Fortaleza, de onde faltam exatos 500 quilômetros até Parnaíba.

Quem quiser ver algumas cenas da cidade, pode assistir um dos episódios do programa Casa brasileira, exibido pelo GNT. Trata-se do episódio sobre o arquiteto Gerson Castelo Branco, que nasceu na cidade. Aliás, da última vez que fomos em Parnaíba, estávamos no mesmo bar!
Pedra do Sal, Parnaíba

Mas a única praia que pertence de fato ao município de Parnaíba é a Pedra do Sal. De todas que já conhecemos no Piauí, a que pode ser deixada por último. Mas por que então, Parnaíba?

Bem, temos um guia de viagens do Brasil escrito por gringos, para "guiar" os outros gringos que pretendem conhecer o país. Dia desses peguei para ver o que eles falavam sobre Parnaíba. Quase tive um enfarte depois de ler a frase inicial: "Parnaíba é uma cidade sem nada para se fazer, a não ser deixar o tempo passar da forma mais prazerosa do mundo." Por que um gringo escreveu isso e não eu? Como um estrangeiro pode captar tão bem o que essa cidade tanto significa para mim?

Então, Parnaíba é isso: uma cidade "na beira do litoral", mas sem muito litoral, com várias opções para diferentes gostos culinários, pertim pertim de várias praias maravilhosas... Mas a cidade em si, às vezes parece não ter tantas opções "do que fazer". Apesar disso, é sempre ótimo estar lá. Já viajamos para vários países e poucos lugares conseguiram nos fisgar dessa forma. É simplesmente um lugar agradável para se estar, prazeroso, como disse o gringo. Sempre que estou lá, não me importo se tem pouca ou muita coisa para se fazer, pois sempre me sinto muito acolhida pelo lugar. E, sem nenhuma dúvida, feliz por estar lá.

Produção de energia eólica na chegada na Pedra do Sal

domingo, 4 de novembro de 2012

litoral do Piauí

Uma vez eu estava trabalhando em uma pesquisa na região metropolitana de Curitiba e uma menininha me perguntou de onde eu era. "Minas Gerais", respondi. "Nossa, o lugar que não tem praia??!" "É, não tem nenhuma praia dentro do estado", confirmei. "Nossa, deve ser tão sem graça..." E aí aquela menininha que parecia bonitinha e indefesa acabou com meu dia. Não, isso não faz de Minas um lugar mais "sem graça" do que outro. E, definitivamente, eu não queria ter nascido em outro lugar só para me gabar com mineiros indefesos das praias que teria. Mas que o mar tem a capacidade de mudar o humor de qualquer um, isso não há como negar. Como legítimos mineiros que somos, pensamos na ideia de "ver o mar" como um acontecimento especial - justamente porque implica em uma viagem, em um caminho a ser percorrido antes de afundar o pé na areia, olhar o marzão e pensar em como a vida pode ser boa.
Hoje moramos no Piauí e o estado possui um litoral bastante curto - menos de 70 quilômetros - mas muito diferente de tudo que eu conhecia. E, mesmo estando mais perto de Fortaleza do que do litoral piauiense, lá estamos nós indo fazer esta semana nossa quarta viagem em seis meses, sem ainda ter conhecido a capital cearense.
Ao longo dos próximos textos vou tentar mostrar um pouquinho dessas praias paradisíacas que são como um oásis no meio do seca do sertão.


sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Malas

Até onde minha memória alcança nós dois já descartamos umas 8 malas grandes. Elas desgastam mesmo. Acontece que nunca fomos de mochilão. Nosso espírito aguenta, mas as costas não. Demos duas mochilas novinhas em Verona, e uma outra em Gênova. Trocamos pelas de rodinha mesmo.  O que na Itália pode ser um erro grande, dada a falta de escadas rolantes nas estações de trem. Eu me lembro quando compramos duas estampadas de bolinhas brancas por 28 Euros. Um fiasco... tivemos que trocar antes que nossas coisas ficassem pelo chão. Eu sempre penso nos destinos dessas malas velhas. Uma camareira num hotel em Paris deve ter ficado contente ao ganhar uma novinha, só com uma das rodinhas quebradas (que para nós significava o fim mesmo). Mas não tão feliz como aquela romena da lavanderia em Gênova, que ganhou uma com uma jaqueta dentro (era verão e Dublin já estava distante). Elas são parte da viagem. Deixaram-me extremamente nervoso nos albergues sem elevador. Aliás, albergues foram feitos para mochileiros literais. Os guarda-volumes eram pequenos demais para nossas malas de rodinhas. Mas ontem decidimos pensar novos fins para as malinhas. Afinal, elas levaram nossas coisas para tantos lugares. Por tanto tempo foram nosso guarda-roupa em trânsito. Agora, viraram propriedade da casa. 


"Viagem Botequim" - logo ali na varanda

domingo, 15 de julho de 2012

comidas: pastel de Belém em Portugal

Em Lisboa, depois de uns minutinhos de bonde se chega ao encantador bairro Belém. E o que fazer em Belém? Bem, pode-se começar pelo Mosteiro dos Jerônimos, depois ir para a Torre de Belém, e ainda conhecer o Padrão dos Descobrimentos - cada um desses passeios merece um texto próprio. Mas nada disso importa perto da gostosura sem explicação dos pastéis de Belém! O pastel de Belém é conhecido mais popularmente como pastel de nata - e só os que são produzidos em Belém, na Única Fábrica de Pastéis de Belém - o primeiro lugar a produzir a gostosura é que pode chamá-los "de Belém".
Dizem que a receita original é guardada a sete chaves... talvez por isso a confeitaria fique sempre tão cheia. E com apenas noventa e cinco centavos de euro matamos nossa vontade! Não se engane julgando que a cara do doce não parece o mais convidativo do mundo! Com uma boa xícara de café, o doce feito à base de massa folhada, ovos e açúcar é de arrasar... a principal dica? Vá com fome e se jogue!

Fachada externa do Mosteiro dos Jerônimos.

Torre de Belém


O Padrão dos Descobrimentos (esquerda) e a ponte sobre o rio Tejo.


De fora não parece ser tão grande (e ter tantas delícias) -
Modestamente: a
única fábrica dos pastéis de Belém.


Alguns dos vários salões da confeitaria quase labiríntica.

Eis a delícia!!