Até onde minha memória alcança nós dois já descartamos umas 8 malas grandes. Elas desgastam mesmo. Acontece que nunca fomos de mochilão. Nosso espírito aguenta, mas as costas não. Demos duas mochilas novinhas em Verona, e uma outra em Gênova. Trocamos pelas de rodinha mesmo. O que na Itália pode ser um erro grande, dada a falta de escadas rolantes nas estações de trem. Eu me lembro quando compramos duas estampadas de bolinhas brancas por 28 Euros. Um fiasco... tivemos que trocar antes que nossas coisas ficassem pelo chão. Eu sempre penso nos destinos dessas malas velhas. Uma camareira num hotel em Paris deve ter ficado contente ao ganhar uma novinha, só com uma das rodinhas quebradas (que para nós significava o fim mesmo). Mas não tão feliz como aquela romena da lavanderia em Gênova, que ganhou uma com uma jaqueta dentro (era verão e Dublin já estava distante). Elas são parte da viagem. Deixaram-me extremamente nervoso nos albergues sem elevador. Aliás, albergues foram feitos para mochileiros literais. Os guarda-volumes eram pequenos demais para nossas malas de rodinhas. Mas ontem decidimos pensar novos fins para as malinhas. Afinal, elas levaram nossas coisas para tantos lugares. Por tanto tempo foram nosso guarda-roupa em trânsito. Agora, viraram propriedade da casa.
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