Começamos uma viagem a um ano atrás e o principal objetivo era aprender uma nova língua. Aprendemos muito mais do que isso. Aprendemos - na prática - que, muitas vezes, sutis diferenças no significado de uma mesma palavra podem causar situações um tanto quanto embaraçosas.
O mineirês, que tenho sempre afiado, foi causa de algumas dessas situações. Em Istambul, onde grande parte da população é muçulmana, tive que reeducar meu português para não arrumar um problema. Depois de dois ou três dias com a sensação de que, às vezes, todos os desconhecidos olhares se voltavam para mim, matei a charada: isso sempre acontecia quando eu via alguma coisa que me chamava a atenção e compartilhava usando o termo "alá". "Alá, aquele doce que eu quero comer...", "Alá, que ponte bonita..."
"alá a gatinha que mora com os filhotes na vitrine!" |
E no meu primeiro dia em Itabira me lembrei dessa estória ao recordar um termo que, talvez, tenha surgido entre as montanhas e o ferro da cidade onde vivi por tantos anos: acá. Sem o valor sagrado de Alá (com letra maiúscula), mas com o mesmo valor simbólico do meu alá (em minúsculas mesmo), o acá é, para mim, um dos mais importantes marcadores da cultura itabirana.
Nesse um ano, acho que quase me esqueci dessa palavra que, confesso, ainda não me sinto desenvolta o suficiente para incorporar no meu mineirês. Pois é, quase. Cinco minutos de caminhada pela cidade foram suficientes para fazer com que, não só o acá, mas também sobre o jeito de ser dos mineiros. Inigualável a tudo que vimos por todos os lugares que passamos. Inigualável e imperdível!
Nesse um ano, acho que quase me esqueci dessa palavra que, confesso, ainda não me sinto desenvolta o suficiente para incorporar no meu mineirês. Pois é, quase. Cinco minutos de caminhada pela cidade foram suficientes para fazer com que, não só o acá, mas também sobre o jeito de ser dos mineiros. Inigualável a tudo que vimos por todos os lugares que passamos. Inigualável e imperdível!
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