Muitas têm sido nossas aventuras desde que saímos de Dublin. Cruzamos o continente velho, de Lisboa até Cracóvia na Polônia. Passamos por Frankfurt e Dresden, a cidade que foi totalmente reconstruída após a segunda guerra. Estamos em Cracóvia desde domingo à noite, depois de cruzar a Alemanha de trem. Mas de todas as as experiências por que temos passado nesses quase quatro meses na estrada, a de ontem foi a de mais impacto, a mais chocante e inesperada. Quase duas horas de trem de Cracóvia, a cidade de Oswiecim passa despercebida se não fosse seu nome alemão, Auschwitz. Antes da invasão germânica na Polônia, a pequena vila de Oswiecim ainda não conhecia os limites da crueldade. O antigo campo hoje abriga um museu que serve de alerta aos terrores da guerra. O mais chocante é caminhar pelo segundo complexo, conhecido como Birkenau (Auschwitz II). Lá a estrutura do antigo campo de concentração ainda se mantém, como os trilhos do trem que trazia os judeus de vários lugares da Europa, as ruínas das câmeras de gás e do crematório, e cinzas humanas. Foram horas de caminhada pelo campo. As toneladas de cabelos e os objetos pessoais encontrados durante a liberação do campo pelos soviéticos, expostas em Auschwitz I, são tão chocantes quanto o paredão onde poloneses, judeus, prisioneiros de guerra e homossexuais eram fuzilados.
Os trilhos que levavam os judeus deportados direto para a câmera de gás em Auschwitz II. |
A entrada de Auschwitz I, com a frase cínica "Só o trabalho liberta". |
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