sexta-feira, 17 de junho de 2011

o canto da mesquita

Ao fundo, a Mesquita Azul que tem esse
por causa dos detalhes em azul na parte
interna da cúpula.
Na Itália devemos ter entrado em, mais ou menos, uma 120 igrejas. E algumas eram tão grandes e bonitas que mais pareciam ser museus do que igrejas, chegamos a ficar horas dentro de algumas.
E o que a Itália tem de igrejas, Istambul tem de mesquitas. Nunca tinha sequer visto uma mesquita de perto e todas, mesmo as muito pequenininhas, são lindas.
A mais famosa é a Sultan Ahmed Mosque, mais conhecida como Mesquita Azul. Durante muitos anos, essa mesquita era o ponto de partida dos muçulmanos que começavam a peregrinação rumo à Meca. Muito diferente das super ornamentadas igrejas, as mesquitas são grandiosas por fora, mas bem mais "simples" por dentro. Em geral, existem várias pinturas de flores e formas geométricas - no carpete, na cúpula, nas paredes, nos vitrais. Os enormes lustres são muito baixos e quase se consegue tocar alguns deles.
Para entrar, todos têm que, antes de tudo, tirar os sapatos. O carpete é sempre muito macio e a maioria dos fiéis se senta ou ajoelha no chão. Todos devem estar com joelhos e ombros cobertos e as mulheres devem cobrir os cabelos.
Várias vezes por dia, um canto sagrado é entoado pelos alto-falantes das mesquitas cidade afora e ouve-se de longe a forte voz do cantor. Na praça da Mesquita Azul, os cantores das várias mesquitas do entorno parecem formar um coral, com um canto muito sincronizado. Em uma das mesquitas que conhecemos, entramos bem na hora que o canto começou.




Apesar de termos tentado filmar e fotografar algumas coisas meio "escondido" para não parecer falta de respeito, quando a cerimônia pareceu ter acabado uma mulher que estava ao nosso lado - mas na parte dos fiéis e não dos turistas - perguntou se nós não queríamos que ela tirasse fotos nossa dentro da mesquita. Ela acabou tirando mais de uma, dando sempre as coordenadas de como e onde devíamos ficar. Depois da sessão fotográfica, nos despedimos e ela se foi. Mas voltou um minuto depois, com sua câmera na mão para nos mostrar que, durante a cerimônia, ela tirou várias fotos dos dois aqui. Eu bem queria entender o porquê. Nossa única comunicação que não foi através de gestos, foi justamente nessa hora quando ela perguntou: "América?" E respondemos: "Brasil!" Ela pareceu feliz com a resposta, se despediu com um sorriso e foi-se embora com sei lá quantas fotos nossas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Leu até o final? Então, registre aqui sua opinião!